FIM DE ANO

Mais um ano que findou

Mais um ano que nasceu
Mais uma esperança que chegou
Mais um sonho que morreu
 
É mais um dia que passa
É mais uma ilusão que se perde
É mais uma angústia que envolve
É mais uma dor para a massa
É mais um sorriso sem graça
É mais uma vida que volve
Aos braços do tempo
Que tudo absorve
Que não deixa nada
E às vezes não leva a nada
A lugar algum
A nenhuma vida nova.
Que nos leva às praças
E entre as desgraças
Que nos leva à taça
Sem muita cachaça
Com muita folia
É preciso que se faça
O caminho para um dia
Se viver de alegria
Esquecer o rancor
E sentir no coração
A intensa emoção
De tê-lo cheio de amor
 
METAMORFOSE – Da Larva...
 à Borboleta
(uma fase)
 (1968)