A PÁSCOA
Um novo Faraó se levantou,
E ao povo hebreu lançou em servidão;
E dura lei mandou que executasse,
O rei, indiferente a compaixão;
E o povo hebreu, chorava angustiado,
Gemendo sob a dura escravidão;
E em barro, e com tijolos, se fazia
Amarga a vida, em dura tirania.
Os filhos de Israel então clamaram,
E o clamor foi a Deus como oração,
Que, vendo o sofrimento do seu povo,
Lembrou-se da aliança com Abrão;
E numa sarça, em anjo, apareceu
O Senhor, a Moisés, numa visão,
Que viu em fogo a sarça que ardia.
Ardia a sarça e não se consumia;
E o fugitivo diz maravilhado:
- Verei essa tão grande maravilha,
Pois nunca vi uma coisa igual a essa,
Andando aqui sozinho nessa trilha.
Mas Deus lhe brada forte dentre a sarça:
- Não te chegues... Descalce os pés... te humilha;
Eis que o lugar que estás é terra santa,
E é o fogo dessa sarça que te encanta?
E ouviu, o fugitivo, a voz divina:
- Sou o Deus teu pai e de Abraão,
Eu sou o Deus de Isaque e de Jacó,
Que vendo do meu povo a aflição,
E ouvindo o seu clamor e o seu lamento,
Eu desci pra livrá-lo da opressão;
Vem agora, assim, e eu te enviarei
Ao faraó cruel, tirano rei.
...
E tremendo e temendo ele obedece.
Em sua mão, a vara – o seu bordão.
São dez, todas as pragas sobre o Egito,
A última que encerra a aflição.
No sangue do cordeiro, derramado,
É a Páscoa do Senhor, libertação.
O cordeiro, no Egito, que é imolado,
É Cristo no madeiro levantado.
Moses Adam
F.V. 10.04.2009 – 02h25