Despojado de mim

Despojado de mim

aqui me encontro

mártir do tempo;

oblíquo, amargo fim

a que chega um conto

na voz do vento ...

Despojado de mim

aqui me entrego

à dor da despedida;

digo não, digo sim

nada vejo, estou cego

nos caminhos da vida.

Despojado de mim

aqui termino

com vontade, sem pena;

a vida é assim

mas de mim germino

de Alma limpa, plena.

Despojado de ti

leda noite fria

sem Lua nem luar;

(noite que te perdi!)

o vento gemia

fechou-se o meu olhar.