Saudades

Saudade do tempo que não vivi

Dos amores desprezados

Da rosa não beijada

Do sonho não realizado

Da face ignorada

Do sol não contemplado

Das nuvens de algodão

Do tempo que sorria

Da boca vazia de amor

Da palavra contida

Do sorriso ignorado

Das aves bebês

Do impossível que era possível

Do olhar das estrelas

Da mãe protetora

Do mimo que sonhava

De um mundo colorido

Preto e branco

Vivo o inominável

De paredes paradas

Calças empoeiradas

Vasos quebrados

Quadros furados

Na lareira da vida

O vazio das horas amargas

Da coruja amiga

De Cronos colérico

Ouço o estalo

Da caixa de concreto

Enfeitado

Nos ossos da saudade

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 22/02/2024
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