A RESPOSTA DA CURIÓ

Continuação do texto

"CONFIDÊNCIAS DE UM CURIÓ"

Sugestão de José de Castro

Na mata virgem, cantavam os passarinhos,

Cada qual com a voz que Deus lhe deu.

Uns vibrantes, outros ternos, compunham a sinfonia

Com que saudavam o sol surgindo no horizonte,

Trazendo para a mata a bênção de um novo dia.

A curiosinha cantava triste e desafinada,

Desde que seu grande amor foi aprisionado,

Cantava sua saudade e sua solidão

Com a voz cada vez mais cava e sem harmonia

Pois não havia em toda aquela floresta

Algum pássaro capaz de conquistar-lhe o coração

Fazendo-a esquecer o seu amor distante.

Até que numa manhã de primavera...

Era madrugada ainda e o sol apenas espiava

Por entre as sombras da noite o novo dia

Quando ela de repente.... Não podia acreditar no que ouvia

Era ele! O seu curió querido, de volta, esfuziante e livre

Soltando a voz naquele tom inconfundível

Chamando por ela com volúpia e ansiedade.

E ela, ao responder-lhe o apelo carinhoso

Sentiu no peito uma nova força vinda não sabia de onde

Que lhe deu de repente, o dom de bem cantar

Qual soprano de penas, em exuberante exibição

Respondeu-lhe o apelo na mais doce, viva e bela voz

Fazendo do seu canto lírico um testemunho vivo

De que até entre os pássaros se realizam

Os milagres do amor!

Maith

Maith
Enviado por Maith em 25/11/2007
Reeditado em 25/11/2007
Código do texto: T752188