Mais um dia amanheceu aqui.

Mais um dia amanheceu nessa cidade.

E todas as coisas estão sendo lá fora.

E um milhão de outras coisas estão se formando aqui dentro.

O gosto adocicado do Zolpidem na língua lembra que estou atrasada.

O sol lá fora diz que estou na contramão.

Minha cabeça se apega ao não e tenta seguir:

Não há dor que não se cure.

Entre todos os carros, seus gases, motores e pessoas.

Entre todos os "boa noite", "beijos", "sossega"...

Entre todas as vindas rompidas com o abrir dos olhos,

Prometidas ao tempo que cresce e nasce e se perde.

Toda manhã é um respiro para o meu desencanto.

E é força para minha fé.

E um desatino que enlaça...

Sempre quando não mais der.

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 05/10/2018
Código do texto: T6468417
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