GRÃO DE AREIA

Suspiros inebriantes contrapondo-se ao bafo da noite

Eu nunca pensei em partir e abandonar

As razões mais imprecisas em dias de certezas

Mas não encontrei a rima perfeita para a poesia certa

As janelas estão sendo fechadas a cada passo que dou

Pelos corredores esbarro em restos de amor mal feito

Olho as manchas de gozo nos lençóis da semana passada

Não é o vento sufocante o que me mata nessa madrugada

Não adianta agora procurarmos qualquer explicação

Nada adianta a um coração que não sabe qual o significado

De ser um grão de areia no vasto deserto da alma

Apenas o vento tentando varrer o que arranha a esperança

Engulo seco o que a vida me oferece nesse momento

Em taças sujas de lembranças sobre frágeis tapetes

Ninguém me pede para abrir as portas da minha casa

Sigo meu destino me rastejando entre os cacos

De tudo o que um dia foi humano em mim

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 06/10/2017
Código do texto: T6134981
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