Perdoa-me(2)

O ser humano, ah! Esse ser, pode ser aqui, pode ser ali,

poderá ser feliz, ou infeliz no final de sua jornada,

aqueles caminhos que não tem volta,

sim, porque a juventude não dura para sempre,

mas felizmente ele poderá dizer...

O homem estava olhando o vazio que se estendia à sua frente,

já estava velho, cansado, os longos caminhos deixaram marcas,

sem alegria ali estava, apesar de ótima situação financeira,

mas naquele lugar, o dinheiro não poderia lhe dar um aconchego,

estava ausente de carinho, os dias intermináveis, faltava o amor,

não só os dias mas também as noites eram intermináveis,

sua vida naquela etapa dos longos anos percorridos agora só a dor,

mas porque ele sofria? Pois estava confortado!

Porque, Neste mistério que é a vida, tudo tem uma causa de acontecer,

um filme se foi passando na mente do velho que estava triste:

outrora ele era um moço de uma beleza magistral,

possuía muitos encantos que faz o ser humano o tal,

as mulheres se aproximavam dele com várias intenções,

ele malandro, aproveitando destruía muitos corações,

mas nestes poderes todos, não foi infalível: alguém o conquistou,

cansado das aventuras ele casa com uma linda cinderela,

todos comentavam: realmente um príncipe e uma princesa,

o tempo passa, infelizmente para muitos inexoráveis,

a união coroada de felicidades incontidas, começa a ruir,

não pela princesa que continuava linda por dentro e por fora,

por dentro porque ela amava incondicionalmente o seu lar,

e por fora porque as dificuldades não a aniquilava,

os trabalhos com os filhos não a amofinava, até que adorava!

Mas o príncipe transformava num monstro aterrador,

os entraves em seu caminho o deixavam assustador,

pula fora do barco, afinal possuía dinheiro suficiente para safar,

possibilitava viver muito, com muitas mulheres para "amar",

O dinheiro para ele era tudo, até para poder seus filhos amparar,

deste jeito estava dispensado até mesmo de amar,

com o desenrolar deste filme, o velho mais apavorado ficou,

apesar de muito dinheiro possuir ainda, sua formosura acabou,

jovem e belo, não se sacrificou pelos que dele esperavam amor,

os primeiros passos dos filhos, as longas noites sem dormir

ele teve o privilégio de não participar, quantos sacrifícios que não teve,

o velho que outrora foi poderoso, agora um esquálido ser,

murmura em silêncio, mas ao mesmo tempo na esperança,

esperança de que cada um de seus familiares possam escutá-lo,

que na ânsia da palavra bendita lhe seja um refrigério,

palavra que pelo menos tenha a chance de pronunciá-la ,

a palavra bendita se for aceita apaga todo o mal, a palavra: - Perdoa-me!...