Depressão poética - VIII
 
Sem tempo para chorar.

Não longe de mim, triste mulher,
Caída, aninhada, cubículo apertado,
Chora calada a perda do amor
Ainda ontem com ela se deitava
Hoje inerte no caixão descansa
A vida que dela não se compadece
A herança por alimentar
O amor ao sangue que dele brotou
Por enquanto, ainda não sabe
Como prolongar a existência.
Do tudo que a vida lhe deixou
Sabe que conta com eles
Aqueles outros que a amam
Os que trabalham por bem.

Choro que tua dor extravasa
Nas cinzas caiadas da depressão.
Em que não suportas a vida,
A dura saudade ao teu lado
Se deita contigo a cada noite
Nem te desgarras do tédio,
O fantasma, em cujo assédio
Afirma que tudo não é em vão.

A vida prossegue
E no amor maternal
Que tudo depositas
A vida não se compadece
Das lagrimas que ficaram
Por ti a chorar!

 
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 14/01/2017
Código do texto: T5881873
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