DELATOR

Delatou a fome d’ele

e a misera em sua pobreza

a sua migalha mensal

e os bordões da sua fraqueza.

Delatou o dormir na ponte

e o almoço no viaduto

o catar de restos dos ratos

e a magreza em estado bruto.

As lagrimas do seu olhar

delatou para tristeza

os sentimentos de esperanças

caiu em sonho pela riqueza.

Delatou a sua vergonha

enlaçada em seu país

a balança que nunca pesa

o povão pra ser feliz.

Sem querer delatou tudo

ficando apenas com nada...

Delatou a liberdade do mundo

e delatou... A vida premiada.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 06/11/2016
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