VENDE AMOR

À dama da noite

com sua roupa grená

seus sapatos altos

seus amores... Já, já.

Toda cintilante...

faz seu ponto na luz

Embaixo de um poste

voltado para as escuras

confiante em Jesus...

rebola para o sul

rebola para o norte

e joga sobre o tempo

toda sua grande sorte.

Madalena, Madalena...

Madalena, que pena

por ser mulher

só lavaste os pés

e para sempre se manchou.

Madalena, Madalena...

porque lavou os pés do seu amor?

Madalena, Madalena

porque você nunca lavou a sua dor?

O nome para o homem

a mancha que nunca apagou

o escura da vida

o horror da sua flor?

Madalena da noite...

com seus lábios vermelhos

corpo sobre açoite

gemidos sobre espelho

cuidado Madalena!

Aquele pode ser home

ou talvez um pentelho.

Madalena do poste...

oferece sentimentos

com momentos de prazer

sua dor esta por dentro

e a culpa são de você.

Suas desculpas, sua fama

suspiro envolto na cama

gestos e vestes curtas

dona dama, dona dama...

há muitos que não ama.

Madalena da noite...

com seu choro escondido

vontade de um bom marido

um senhor de ouvido

um ser pra ser ouvido.

Madalena não se importa

não se importa com a foice

nem com as rugas que te perseguem

já não tendo como esticar

a tua culpa, então te segue.

A família... A onde esta?

Seu choro chorado pra dentro

sua noite branca e preta

reclames atirados aos ventos

com acordar de caretas.

Perdida em sua alameda

suas margens não têm flor

em seu leito, até para o prefeito!

Madalena vende amor.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 23/10/2016
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