Chuva que chora
Manhã chuvosa, fria e fúnebre.
Observo-te em desvaneio..
Desliza densa e perfumada,
ilusões claras que flamejam.
Transparentes lembranças amargas.
Sentimentos vibram como harpas serenas.
Pássaros sinfônicos soam ao vento.
Tudo me sensibiliza,
Fere, magoa, dilacera..
Vibrações que vêm do alto,
dolorosas gritando.
Sutis melancolias se aproximando.
Tanta delicadeza sigilosa morrendo.
Cristalinas são tuas gotículas cintilantes,
trazendo-me cóleras nervosas.
Sussurro desamparada..
Neste mundo tão trágico, tamanho,
e entristecido.
Sinto teus olhos fluidos,
de onde emerge uma paz,
um encanto..
Tão brancos e etéreos.
As azuis florências da saudade,
Fez-me lembrar de ti..
Vendo a chuva chorar.