Tempo
Dor mortuária e sigilosa,
estepe vaga e sem sentido.
Ondas nevoentas, árvore lânguida,
tempo fúnebre e amargo.
Doces aromas letargos,
passivas expressões..
Luar aflito, nívea luz lutuosa,
Pele morta e entristecida.
Mãos trêmulas deslizam, fugaz.
Fazendo murchar os lírios..
Minhas carnes se dilaceravam
com o próprio sangue fecundado
as terras.
Aves sonorizavam o caminho
no esplendor indefinido.
onde brotaram as lágrimas
dentro de naturezas luminosas..
olhos desabrocham como
flores ensanguentadas.
Triunfantes e imortais.
Sob a limpidez, ouve-se
o choro cantante.