VOZINHA

Vozinha, quanta nostalgia carrego no peito

Tu que sempre foste resoluta, ao teu lado cresci,

Às firmes montanhas e rios e vales contigo percorri

Hoje, olho pelas montanhas, brancas feitas neve

Cobertas pela chuva,

Pela chuva fina que outrora me molhou

E que o meu pobre olho de frio chorou

Tudo pela mente se torna presente

Pois lá mesmo naquelas montanhas

Em busca de lenhas, contigo molhei

A carne assada e pirão assado contigo partilhei

Que o homem deve viver apenas do seu suor

Contigo minha avó aprendi

A garra de leão em mim sobreveio desde pequeno

Pois sabias que é de pequeno que se torce o pepino

Fizeste-me guerreiro

Desde lá conheci o valor do dinheiro,

Do grande esforço e longevidade a percorrer para o ter

06.01.2016