Dor
Dor, peço-te carinhosamente para deixar-me em paz
Abandona este semblante sereno e saiba que não quero mais
A tua companhia em forma de agonia
Não quero tê-la como peça de museu no enredo da minha história
Inúmeras vezes estivestes presente nos acontecimentos da minha vida
Algumas vezes como um choro intenso e mortal
Outras vezes como uma nostalgia dilacerante
Outras vezes em forma de estátua do passado a me atormentar
Fostes tão violenta que me reduzistes às penumbras, ossos e cinzas
Tive de viver acossado por fantasias e mentiras
Mesmo assim desejei-te para escrever poesias
Em meio a tantos dramas, dores e desejos
Dor, já é hora de deixar-me em paz para sempre
Abdica deste juízo de justiça ou injustiça, para não se confundir com o destino
Sei que queres ocupar um lugar na minha vida
Mas não és uma visita agradável!