BORBOLETA FORA DO CASULO
Não quero as ilusões perdidas.
Quero a flor mais livre do campo,
aquela que só se encontra
no jardim da infância.
Não quero as ilusões perdidas.
Sou livre para pensar,
para escrever, para morrer...
Escrever e morrer
com a mesma caneta
no mesmo pedaço de papel...
Hei de morrer e renascer
até encontrar aquela pétala de rosa,
aquele cheiro de relva,
aquele rio bucólico
entre pedras adormecidas.
Quebrar-se-ão as pedras
e o poeta será mais uma borboleta
definitivamente fora do casulo.