O GIN
Versos caem, músicas também
O prazer de quem tem
Monotonia minha
(quem diria?)
Prazeres tão possíveis
Gin, água e o tônico
Me vejo jovem
Adivinhem
Sozinho cansado
E feliz!
O dia nasce (mais tarde!)
Escuto o som
Do sol a queimar
Fogueira que quebra
Gravetos e o escuro
Desdobra a mente
E fala uma verdade
A amante
De métrica tão pobre
De ilusão tão sóbria
Tão soberba na esquina
Ela me espera
E a outros
O marido do dia
Na noite escura
Somos todos prostitutas
De homens tão brutos
De corações tão mesquinhos
(não quero agora)
Um copo de vinho
Quero cortejá-la
Mesmo sem adorá-la
Digamos,
E um dia de sonhos
Rei meu de ilusões
Fácil, efêmero
Preenche o dia
E mais: a noite
Cansado sigo
E durmo como os anjos