OS LATIDOS DA MADRUGADA
É madrugada!
como os cachorros latem!
Aqui por perto
E também lá longe.
Por todo lado, no meio da noite
ouço seus ladros!
Tudo quieto, e eu escrevo
E só eles latem, latem...
Será que choram?
Será que amam?
Será alegria de ser um cão?
Mas me atrapalham!"
Nossa!!
Como barulho fazem então!
De repente... Parei!
Me lembrei!
Lá onde um dia morei.
Tínhamos só a luz do dia
e na noite a escuridão!
Quando os cachorros latiam e
muito barulho faziam.
Se divertiam com eles o Geraldo
O guarda noturno do cão!
Sempre na madrugada
Ele brincava com os cachorros
E batia os pés no chão.
Geraldo quase não dormia
Com a sua diversão.
Por quê me lembro disso agora?
É que depois de muitos anos
Isso ficou em minha história
Ouço de novo o latido
Agora abro um sorriso
É o mesmo som tão meu conhecido!
Da minha terra sem luz
Só se ouvia na escuridão
O latido de cada cão.
Por isso digo...
Não é poeta só aquele faz rimas lidas.
Mas o que transporta nos versos
Os seus sentidos imersos
Sua história de toda uma vida.