um inverno em mim

Um inverno dentro de mim

Com a queda da última folha do jasmineiro,enfim

Lento,como o velho tempo,o inverno,assim,chegou

Nevoa densa que esfria,congela tudo que há em mim

Resistia,fraco, ao vento,embalde, a minh’alma levou!

Teria a branca nevasca,com açoite, espantado os passarinhos?

Feliz,porem,quando,pela vidraça,vi na camélia vizinha

E,como simples botão fosse,oculto entre os galhinhos

Um ninho de azulão,que ante o frio, cerrara a portinha!

Ah!e o casulo,que no final do outono,a lagarta deixou?

Mortalha de madeira fina,mas,que encerra a vida latente.

Passei,na angustia de um inverno, a pensar no que restou

E,nesta monotonia da estação,abandonei meu Ser dormente...

Súbito,os galhos da camélia rubra ,dançaram com o vento

E ,singulares pios de azulão ecoaram alegres,por todo o jardim

Sinfonia bucólica do recomeço,,abriram as portas ao seu contento!

Exultei,posto que,minha alma,na primavera,retornara para mim..