Da Janela

Da Janela

De cotovelos apoiados no peitoril da janela, que mira ao longe a plenitude do mar

Vendo em beleza particular a noite que se resguarda por detrás de seu véu.

Observando mudamente o luzir da cidade que no horizonte lasso também se emudece

Sigo pela orla, da janela que tristemente serve-me de consolo e olho pro assombro do meu eu, perdido dentro de mim, esta um eu, profundo e secreto, respaldado na ânsia de ser quem sou, de compreender o que sou, ou limitar-se a mim mesmo.

Assemelhando-se ao um oceano, completo-me, encho-me transbordo-me de uma análoga incompreensão tentando furtivamente entender que não adianta mirar o horizonte, nem admirar-se das luzes noturnas, nem sequer buscar a tão sonhada auto-compreensão. Em vão serão as súplicas e desnecessárias as preces, competirá a você, tão somente a você encontrar-se na profusão das coisas acontecidas.

Mathos
Enviado por Mathos em 20/06/2011
Código do texto: T3046933
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