Da Janela
Da Janela
De cotovelos apoiados no peitoril da janela, que mira ao longe a plenitude do mar
Vendo em beleza particular a noite que se resguarda por detrás de seu véu.
Observando mudamente o luzir da cidade que no horizonte lasso também se emudece
Sigo pela orla, da janela que tristemente serve-me de consolo e olho pro assombro do meu eu, perdido dentro de mim, esta um eu, profundo e secreto, respaldado na ânsia de ser quem sou, de compreender o que sou, ou limitar-se a mim mesmo.
Assemelhando-se ao um oceano, completo-me, encho-me transbordo-me de uma análoga incompreensão tentando furtivamente entender que não adianta mirar o horizonte, nem admirar-se das luzes noturnas, nem sequer buscar a tão sonhada auto-compreensão. Em vão serão as súplicas e desnecessárias as preces, competirá a você, tão somente a você encontrar-se na profusão das coisas acontecidas.