ALERTA, EU?

Numa manhã chuvosa,

faz-se honesto o auto-julgamento.

O poema acasala-se,

O sentido aguça a sensibilidade inerente.

Precaver-se, quem há de?

se a nudez permeável grita e o verso flui,

queira-se ou não.

O verso engole o homem,

faz-se noite o coração-poeta

que se arrebenta em rimas e sangue.

E

chove o corpo na vã tentativa

de ausentar-se.

A solidão faz-se clara,

palpável solidão feita de espera.

A chuva é um lamento

que tamborila o sonho.

O fardo da aquiescência

marca a boca

num sinal de alerta.