Sina do Sino

No alto daquela torre
da igrejinha do lugar
bela é a sina do sino,
no balanço do destino
vai-e-vem feito menino
escondido a balançar

não se mostra por inteiro
mais parece um timoneiro
badalando sem parar
matutino companheiro
dos momentos de um povo
que ora e vive no lugar

Insinua-se a todos
nas festas de ano novo
nas quermesses ano inteiro
o velho sino de bronze
nunca escondeu a idade
e sempre parece novo

Sino amigo cantileno
finge ter tamanho pequeno
nas batidas primaveris
mas também se faz gigante
nas festas mais importantes
nos natais de meus Brasis

Sino de sina distinta
moras em todas as vilas
capelinhas e catedrais,
sino que toca aos que nascem
que entoa os que se casam
e aos que não voltam mais...

E assim assina o sino
desfiando seu rosário
sibilando em honroso papel
humilde na mais alta torre
badalando suave no campanário
a um passo da porta do céu...

José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 02/09/2008
Reeditado em 20/09/2008
Código do texto: T1157434