CORAÇÃO de LEÃO
Aonde, aonde, aonde, aonde
o amor?
o amor vai me redimir
da Sociedade, com os urubus?
da guerra fui desterrado,
no exílio do jogo humanizo o Poder
manipulando o destino dos que me ajudam a vencer.
Um idiota recitando fórmulas matemáticas
ousa interromper a fúria do silêncio, mas
como pode desejar o amor da minha dama
se a dama no tabuleiro, pela proteção clama?
Cavalos alados montados pelos deuses em guerra
desmancham a Senha do inferno
pisoteando as criptas dos anjos rebeldes,
curvem-se homens miúdos e tapados
uma raça de sábios desmancha a imprudência
no repente, rente a esquina
sentinelas bebem delírios
deixando abertas jaulas
para fuga das flores carnívoras
cuja fome expele cores venenosas.
Devemos prosseguir condenando
o passado ao esquecimento sem escrita
agucemos os ouvidos
sobre rochas marcadas de nomes incompreensíveis
o sol desova o coração de leão
cujas batidas os ninhos dos dragões despertam
para alarme dos anjos anfíbios que agitando as caudas
repelem maremotos