*** MARCAS ***

Todos nascemos cativos,qual escravos em senzala

Mas podemos ser ativos,no mesmo braço que embala

A roda da vida marca,aquele que é mais forte

O mais fraco se demarca, com a lei que o comporte

É por mando ou dinheiro,que se marca uma história

Com um escravo no terreiro,será sempre uma glória

Também o canário belga,como outros passarinhos

Seu espaço não se adelga,com anilha nos pezinhos

Gorjeia o canário a sua sinfonia

Matraqueia o recruta seu canto de guerra

Que sina de luta os dois estão presos

Libertos não vivem, anilhados a sorte

Modernos feitores com armas nas mãos

Podem ser tradutores, com muitos milhões

Poucos senhores, escravo sem torrão

Em todo país, pesados grilhões

Aos donos do mundo a mesa é farta

Banquetes imensos profundos embates

E a eles, isso não é o que importa

Se o resto do mundo entre si se debatem

O amor tem presente, se preso liberta

Contraste aparente ele deixa vibrar

Quem sabe do amor, sente e acerta

É livre é solto, sem anilhas prá voar.