***BOÊMIO ARREPENDIDO***

Uma voz morna e chorosa

Lamentos no violão

Cai a lágrima teimosa

Rasgando o coração

Eu fui de muitos amores

E nem todos passageiros

Cantava afãs e dores

Os últimos alviçareiros

Mas o meu amor primeiro

Eu nunca pude esquecer

Pois era tão verdadeiro

Hei de amar até morrer

Mas eu guardo na lembrança

Morena cor de canela

Labios rubros feiticeiros

Delícia enroscar-se nela

Cheirosa flor de alfazema

Riso solto cascateado

Era esse o meu dilema

Em ficar apaixonado

Perdi o meu grande amor

Por aventuras sem sentido

Quizera que a minha morena

Estivesse aqui comigo

E hoje, olhos fitos naquela porta

Eu choro e lamento a pena

Esperando a sua volta.

***Rosa Mel***