Olhos Que Não Vêem...

Tanto tempo se passou;

E aqui estou a pensar...

Que muitas coisas se passaram por mim

Durante este período...

E tudo que me foi possível fazer nada mais;

Nada mais, nada menos que ouvir e falar;

A partir daí, não me dei ao luxo de ficar parada no tempo;

Fiz e faço coisas que podem dar prazer a qualquer ser humano...

Sei perfeitamente quando é dia,

Pois há movimentos pelas ruas,

E pessoas a conversar...

E quando a noite chega,

O silêncio total, é que me informa a hora do descanso;

Hora em que todo ser dorme...

Para no outro amanhecer começar sua rotina como a minha...

Tenho ouvidos que ouvem...

Boca para falar...

Pernas e braços que me levam a onde eu queira ir;

E que me dão imenso prazer por fazer perfeitamente sua função...

E também tenho olhos que algum tempo me deixaram na mão...

Quando talvez por cansaço, embora estejam abertos nada vêem...

Mesmo assim, acho que não seria justo reclamar;

Embora às vezes tenha vontade...

Pois quando olho para traz com os olhos da alma;

Posso ver que tantas coisas me foram dadas;

Enquanto apenas uma foi tirada...

Sendo assim, posso afirmar de pés juntos;

Que sou feliz por estar aqui...

Milene Santos
Enviado por Milene Santos em 26/01/2008
Reeditado em 21/12/2020
Código do texto: T833674
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