Maldito cerrado
Maldito cerrado! terra que meus lábios suportam,
terra seca, que me fez render à lágrimas a sede,
Aí! maldito cerrado, em tuas poças minha imagem,
em teus caminhos, ao céu limpo estrelas cedem,
Tal és o perigo, de tuas encruzilhadas,
tão gigante é a dor, que já nem mais se fala,
tão mortos seus horizontes, temo que reflitam os meus,
tal é a secura, que deste país só sobra amarelo e o anil do céu
Como é doce ao relento dançar com a vaga,
deitar se sobre tal mata molhada, indo além do firmamento,
boiar em corpos de água, as costas, quase, aladas,
Terror! esse maldito me acorda sem mísera flora
suas noites me sussurram canções à margem do ouvido,
essas que pintam, quadros inteiros, padroeiros desconhecidos,
a! é de tal imensa beleza essa sua suavidade,
como, rajada de amor cândido, que beija me a face,
Como é raro a ti ! mas as vezes Iansã se balança,
do pouco que branda essa terra, em algo dela jaz um temporal
quando, sobre minha sensível pele tu pouco se estende,
é que, ó menina furacão, de ti, acende me o coração.