A visão é poética nos binóculos
Os tempos de cheias transcendem lembranças de uma infância
Vasculho agora antes que evapore
E aqueles guris: Cícero, Chico, Badeco, por onde andam?
A imagem flerta com o inicio de uma busca de jegue no açude das doneiras
Cheio
Guris em busca de água perdidos no enredo
Lá era quase uma bacia comunitária de todos
A visão é poética nos binóculos
Miúdos serelepes em um jumento a serviço de um jogo de ancas num par de cangaias, e fazíamos um trecho em léguas em busca do acaso, fazendo-se de útil à escassez
Memórias contadas em negativos.
Relíquias!!
Embora um nordeste rico em história troveja por aí as andanças de uma época sobre pobreza
A água era um exercício líquido de vida
Ainda trinca os gritos dos meus pais
Busca ou apanha!
Escaldante era o sol e corríamos pintando o sete. Para minha mãe éramos suspeitos
O objetivo era o esconde- esconde e como proteção as sombras das aruqueiras, juremas e marmeleiros
Poeira como rastro trouxe-me a esta realidade e como de fato, a poética, e não saudades