Um conto de farsas

Vida, afinal, o que é vida?

Para mim, a vida é simplesmente uma coisa perdida

A gente corre, se desespera, e afinal, o que levamos da vida?

Somos seres passageiros

Viemos, corremos atrás de dinheiro e amor

Em busca de preencher o vazio

E o que conseguimos? Ser esquecidos

Para mim, a vida é injusta

Ela é intrusa, ela entra sem pedir licença

Ela vem e com ela os problemas também

É um jogo perdido onde muitos são iludidos

E param no meio do caminho

Para mim, Van Gogh é grande exemplo da vida

Enquanto vivo, ninguém o percebia

Enquanto morto, todos o queriam

Para mim, é isso: lutas, problemas, dores e amores perdidos

Tudo é sem sentido

E se pararmos para pensar

O que torna tudo isso insuportável somos nós

Nós mesmos

E ainda acham que isso é liberdade

Mas é tipo um baile de máscaras

A dança conforme o ritmo do mundo te persegue

Ou já te perseguiu lá no fundo

É fingir perfeição enquanto tudo está fora do padrão

É cantar música de alegria quando no fundo para você isso é uma mentira

É se calar quando se tem vontade de gritar

E abaixar a cabeça para esconder a real beleza

Muitas pessoas têm talentos escondidos por medo de serem rejeitadas

É o preço de quererem ser amadas por todos

Tantas dores por falta de valores

Tantas tristezas pela falta da beleza

Beleza essa da vida, acorrentada por correntes que não se podem ver

Parada aqui sem conseguir me mover

Em algum momento me perdi de mim mesma

E consigo me ver de longe

Mas não consigo chegar até mim

O tempo corre não espera

Enquanto isso minha alegria morre

Morre de angústia por não acertar

Eu falo, falo mas na prática eu paro

Porque nasci? Isso ainda é um mistério para mim

É tipo Van Gogh que amava as estrelas

Bebia tinta amarela para ver se seu brilho voltava

Enquanto a dor o consumia seu brilho apagava

E é assim que me sinto

Me afogando num mar profundo me perdendo nesse escuro

O mundo grita por socorro no meio dessa confusão

Tudo não passa de ilusão

Na infância tudo é lindo cheio de cores e contos de fadas

E quando cresce volta para realidade e tudo se torna sem tonalidade