A libertação de Betelgeuse
Ao interior seco, se derrama noite nua
vai no ralo lago, a pura doçura
chapada escura, em amor cintilam minhas princesas
sonhei com uma explosão vermelha
Betelgeuse, a princesa gala, com sua piscadela amada
explodia com ardor e bela mágoa
pelo céu reluzia sua morte larga, mas se sentia mais a vida no sujeito de carne e água
se ardia a noite estrelada, e se voltava toda ao réu
se estendia minha amiga, vermelha, laranja, e em branco feito noiva em escondido véu
e se pulsava o órgão humano e corriam os homens sobre o léu
eu dançava em teu sangue princesa !
e se arrejou o vento com a mais forte das destrezas
e as andorinhas voavam aos montes de lima
como voam os astros sobre teu espetáculo observado do brasil até a china
Despertei me no mais vivido suor
Bambo, apaixonado, como boêmio de mais sujo impudor
E olhei ao céu estrelado, réu de minha mais pura ânsia !
E tu estava lá minha querida ! viva e retraída em teu ponto à distância
Que terror ! Minha princesa ! Meu amor!
Quero temer teu fogo ! sentir na pele teu calor !
Sentir te florescer ardida ! noite a fora a florear a vida !
Quero teu esplendor ! Caos mais belo! explosão de amor! Assassinar te o piscar singelo!
Paixão ! como podes se retrair a tal ponto?
Ah ! meu sonho ! Tua explosão sem mínimo desconto !
Amor! Eras feita da mais bela cor !
Assombravas até os homens santos! e eu babava feito infanto ! eras o maior dos encantos!
Querida como puderas ? trazer me a fábula mais bela !
E destruí-la ao cair da facta serra, amor ! acredita ? teus raios inteiros jaziam a terra !
Astro errante ! porque vives calo? se tua morte gritada serias minha paixão mais penetrante !
Ah! Explodir ! Explodir ! agora, almejo ti!