Aboio da Solidão



Às vezes a gente sente

Como tristeza que o valha

As cinzas ainda quentes

De um Amor fogo de palha

 

Mas a sina de um vaqueiro

Cavaleiro e laçador

Galopa o sertão inteiro

Pra laçar um grande amor

 

Naquele primeiro beijo

Mais doce que todo mel

Eu prometi num lampejo

Te dar as estrelas do céu

 

Quando o céu escureceu

No olhar desse valente

Uma lágrima desceu

Feito de um rio, a vertente

 

A chuva deixou molhada

Passadeira do estradão

Quando passou a boiada

Ficaram marcas no chão

 

E como a chuva passada

Foste embora sem razão

Feito marcha de boiada

Marcaste meu coração

 

A chuva cai na estrada

Molha o chão sem piedade

E passarão mil boiadas

Não passará a saudade

 

 

MARCANTE, Alexandre.

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Alexandre Marcante
Enviado por Alexandre Marcante em 15/03/2024
Reeditado em 31/03/2024
Código do texto: T8020625
Classificação de conteúdo: seguro
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