O Mago

Quando os homens descansam da dura jornada,

uma vela perdura na noite avançada...

Uma sombra arqueada no calmo escritório

examina na luz desmaiada um grimório...

Perquirindo a razão de segredos arcanos,

Na fronteira entre a fé e os mistérios profanos.

O temor refreando o fervor curioso ;

A humildade contendo o intelecto orgulhoso.

Sem negar nem fugir do estreito caminho ,

Que ensinaram os profetas nos sãos pergaminhos.

O aguilhão da verdade suporta feliz :

Paciência de mestre e paixão de aprendiz,

Madrugando a procura de alguns alfarrábios,

Na soleira da porta da casa dos sábios...

Mas, a treva cerrada vacila, afinal,

quando a aurora dourada penetra o vitral...

A figura ocultada revela-se então,

Das colunas do templo do Rei Salomão.

J C B Camerini
Enviado por J C B Camerini em 10/03/2024
Reeditado em 16/03/2024
Código do texto: T8016675
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