NAVIO FANTASMA

Segue o vulto navegando

Sem leme nas águas vagando

Apenas boiando, boiando, boiando...

Serve-se de qualquer direção

Solto, disperso na vastidão

Ponto perdido na imensidão

Convés vazio de marinheiros

Morada de pássaros, poleiro

Ferrugem lhe comendo por inteiro

Antes tivesse naufragado

Sob as ondas houvesse afundado

Dormindo em leito, deitado

Mas segue como um zumbi

Sem pouso, ora aqui ora ali

Sonha encontrar uma paragem

Terminar o constante partir

Sonha com abismo e nele cair

Pôr um fim a sua triste viagem

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 05/03/2024
Reeditado em 05/03/2024
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