destruição

meu bem, o quanto de você eu destruí?

eu sei o quanto posso destrutiva para aqueles que tocam em mim, mas juro que não queria ter feito isso como você. você não disse nada, e eu não esperava que você dissesse algo, após tudo o que aconteceu. afinal, o que você diria depois de depositar a sua última tentativa de ser feliz no meu peito e ver ela ser destruída pela minha falta de fé em nós? no amor que sentíamos um pelo outro? o que sobra para sonhar quando eu piso nos seus sonhos de um felizes para sempre? o que resta para falar quando roubo as suas falas de forma astuta e você não consegue dizer exatamente aquilo que quer?

meu bem, sou eu, o próprio fim do mundo?

eu não queria ser a destruição do seu mundo, mas é o que faço.

você não me tocou, e como poderia? eu não deixo ninguém chegar muito perto de mim. minha armadura é impenetrável. mas eu queria ter aberto as minhas compotas para você me enxergar. porém, não consigo mudar quem sou.

eu vi suas esperanças despedaçarem pela ausência do meu afeto.

meu bem, sou eu, o próprio inverno, o pior deles.

você não soube o que fazer comigo, não é?

e como você saberia, se entrei no teu íntimo e roubei seus mapas e sua bússola. Destruí a sua inocência até sobrar apenas cinzas no seu coração.

meu nome ainda habita nos seus pensamentos mais secretos?

meu bem, sou eu, a própria tristeza e rancor.

o quanto de você eu destruí com o meu egoísmo?

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 04/03/2024
Código do texto: T8012758
Classificação de conteúdo: seguro