Deixar ser (para Vitória)

Em um campo vasto e silencioso,

Onde o vento sussurra segredos antigos,

Uma semente solitária encontra seu caminho,

Sob a terra, na escuridão, começa seu voo.

Não busca a luz com desespero,

Nem teme a chuva que a faz crescer.

Ela apenas é, simplesmente existe,

Confiando no tempo, na terra, no ser.

Como as árvores que se erguem em majestade,

E as flores que desabrocham em sua hora,

Cada sentimento tem seu ciclo, sua verdade,

Não apresses o rio, ele sabe onde mora.

Observa, então, a dança das folhas ao vento,

Como elas se movem, sem resistir.

Cada uma em sua jornada, seu lento acalento,

Elas ensinam o coração a ouvir.

Deixa teu sentir fluir como água,

Que molda, nutre, e segue em frente.

Não é pela força, mas pela entrega,

Que cada emoção se torna semente.

Portanto, deixa ser, sem medo ou aflição,

Esse sentimento que em ti quer morar.

Pois, em sua essência, traz uma lição,

E, no tempo certo, vai te revelar.