copa de árvore

A árvore e sua copa sublime nos falam

Da sombra e da luz, enquanto gira como

Gira esse mundo e nós, giramos à procura

Das palavras que nos revelem o sol, como gira

Também o girassol, girando, buscando a sombra

Do sol. Ouve! É com a pele que se escuta, essa

Brevidade extrema, essa névoa de cristal que corre

Entre os dedos das coisas e fascina tanto o homem

Agradável quanto o facínora. Nada escapa ao

Gemido terminal dessa água que escorre por entre

As artérias dessa vida, por onde o sabor inevitável e desejado

Assimila o campo onde a relva cobre a terra, e um convite

É feito à luz dos que assumem suas penas nesse iluminado

Reino de pedra e flores. Dance, ou não dance, fale ou não fale,

Corra e se torne tronco profundo que segura o mundo pela

Sua alça mais vulnerável, lançada para todos aqueles que

Sabem onde o coração toca e como as manhãs são mais belas

Quando sentidas ou provadas ao sol, que todos os dias sai

Para fora para ele mesmo ser o maquinário dessas manhãs tão líquidas

Quanto breves, tão unidas quanto nobres, que cobrem a pele do

Sonho de cada homem que levanta de sua cama e prova dessa

Comida que expande a existência a cada bocada do seu apetite

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 09/02/2024
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