copa de luz

A árvore, com sua copa que toca o sublime, nos sussurra,

de sombras e luzes tecendo o eterno enquanto gira,

como o mundo em seu eixo e nós, em busca,

giramos, sedentos por palavras que desvendem o sol -

esse mesmo sol que guia o girassol em sua dança silenciosa.

Ouça! A pele do mundo fala em murmúrios,

uma brevidade que é eterna, uma névoa cristalina

que se esvai entre os dedos, capturando o olhar

do mais puro e outros que não tremem diante

do sagrado , sem distinção.

Nada escapa ao último suspiro dessa água,

que serpenteia pelas veias da vida,

onde o sabor, tanto inevitável quanto desejado,

se funde ao verde do campo, ao abraço da terra.

Um convite é lançado na luz que banha

aqueles que carregam suas sombras,

neste reino iluminado de pedra e flor.

Dance, fale ou silencie, corra

para tornar-se o tronco que sustenta

o mundo em sua vulnerabilidade mais terna,

oferecido a todos que conhecem

o toque do coração e a beleza das manhãs

quando banhadas pelo sol - esse artífice diário

de manhãs tão líquidas quanto fugazes,

tão entrelaçadas quanto nobres,

vestindo o sonho de cada ser que se ergue

e saboreia o alimento que expande o ser,

em cada mordida de sua fome voraz.