Indeciso

Na pressa do desespero

Caído da escuridão

Um inferno de repelos

No mar da imensidão

Eu sentada aqui sozinha

No meio do turbilhão

Fecho o olho pra não ver

Boiando nessa canção

E ainda que escute,

naufragada na questão

Prefiro não responder

Essa tal indecisão

No destino meia-noite

Hora de rodar peão

Me derreto no castigo

De amar a solidão

Essa pressa me destina

Um caminho sem razão

A retina se alarma

Com essa indecisão

E no fundo só Deus sabe

Ele há de nem saber

Que o caminho dessa lua

Se destina a crescer

Quando o vento me acerta

O alarme sem pensar

No caminho já traçado

Ele há de abençoar

Quando morre a vontade

Vítima do coração

Amarrado nessa angústia

Vinda da indecisão