a face noturna

Na face noturna do rosto reside,

Uma das muitas máscaras que o modela,

A saciedade, quando o peito acolheu amparo,

A bravura, caso algum dia tenha tido passagem,

A angústia, quando a estrada se fez bloqueio,

E a ansiedade dos dias quentes em tardes lúbricas.

Nas horas em que o retrato mais querido se revelou

E foi sagrado, o rosto carrega aquela manhã gloriosa,

O primeiro beijo e a queda mais embaraçosa, não

Sabemos se o rosto esconde outra relva, mas podemos

Saber que existe calabouço no fundo da selva e que

Ao adentrarmos essa pintura, essa coisa no rosto

Projeta penumbra, porque o libertado não permanece

Apenas na bagagem, mas se dispersa pelo corpo para que

Os outros o percebam e se insinua na fala e nos olhos,

A tudo que a vida emaranha e a sombra se desfaz, mesmo

Que nunca seja neblina, e as paragens se mostram mais belas.