CORTINAS
CORTINAS
Cortinas imóveis
Escondem o que se passa
No espelho nada se passa
A viagem termina aqui
No olhar perdido
No crepúsculo que apaga
A voragem de um azul
Que fugaz se foi
Há uma sombra
Um cego acaso
De noites ainda claras
Na quase apagada memória
Lugar que não escurece
Permanece um ar matutino
Mesmo que seja mero desatino