CORTINAS

CORTINAS

Cortinas imóveis

Escondem o que se passa

No espelho nada se passa

A viagem termina aqui

No olhar perdido

No crepúsculo que apaga

A voragem de um azul

Que fugaz se foi

Há uma sombra

Um cego acaso

De noites ainda claras

Na quase apagada memória

Lugar que não escurece

Permanece um ar matutino

Mesmo que seja mero desatino

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 22/01/2024
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