fogo a procura de agua

Não a imagino apenas na lembrança

Sou dela em outro terreno, na parte

Do mundo que inclui como meu, onde

Seu corpo é uma fornalha pulando sobre

Um rio em brasa, não canto em sua presença

Nem faço versos metafísicos, eu apenas me

Torturo na penumbra do prazer, que quanto

Mais quero mais me foge em seu galope

Que não esqueço, o gozo se dispôs na lâmina

Daquele encontro e nem essa é minha melhor

Oferta, são minhas mãos que sabe que as curvas

Mais lindas são aquelas que saímos da estrada,

Amo a indelicadeza de estar na árvore mais

Luzida, na folha mais macia em que seus

Veios são canais por onde meu sangue chega

A teu corpo, sou belo quando te olho, sou

Forte quando ergo para a o patamar das

Musas, gravo em sua pele a letra de meu

Nome, acendo uma fogueira em sua barriga

E nela, me torno o fogo à procura de água