Meu verso

O que é um verso

Senão um sentir por demais

Sobre papéis avelhantados, flavos

Donde dançam febris os cálamos

O que é, senão a sublime nudez da alma

Disposta em linhas, desvestida

Tácita ousadia

O que é, senão minhas confissões

Dos tantos amores

Dentre eles, minhas desafeições

O que é um verso

Senão a clareza da mente soturna

Das arranhaduras do meu avesso

Frenética escrevedura

O que é, senão a boca escancarada

De um sentir vociferante

De tudo, inclusive nada.

Acarla
Enviado por Acarla em 29/12/2023
Reeditado em 29/12/2023
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