No azul da janela

No azul da janela

Não sei se a janela transparente já céu

Ou se este azul quente é reflexo meu

Sei que sempre que nele me detenho e o olho

Tenho do sonho as estrelas que desenho e colho

Nos ladrilhos lapidam-se alguns pensamentos

Brilhos de fé que me acariciam em alentos

Pelos orvalhos dos vidros abro alguns caminhos

Que escorregam decididos para os seus destinos

Nada vejo nem sequer me apetece ver

O parapeito é a estrada para deixar acontecer

Por isso me debruço nesta calçada da visão

E me perco do nada sem sentido de orientação

E o que penso até escondo de mim e do Universo

Mas às vezes é tão intenso que enfim se solta num verso

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 15/12/2023
Código do texto: T7954877
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