O Recluso

Não me sinto à vontade entre multidões,

Evito abraçar otimismos comuns.

Não me interesso por contradições alheias,

Nem pelos estrumes da era pós-moderna.

Minha ilha de pensamentos é meu lar,

Caminho como sincero cigano entre pútridos cristãos,

Prefiro a distância do convencional,

Rejeito modismos efêmeros

E a moral neutra da contemporaneidade.

Redpill, ancap, neomonarquista,

Não busco ligação com tribos toscas,

Minha indiferença é certa para tal gente.

Não sou movido por ternura desinteressada,

Minha paciência não é budista com tolos,

Que poluem as ruas com miudezas.

Meus pensamentos e ações me isolam,

Às vezes, a solidão é suficiente.

Arte, ideias não corriqueiras, familiares

E sentimentos íntimos nutrem minha vida.

Eu hábito o meu castelo de reclusão,

Pois os atuais tempos líquidos

Apagam a chama de vivacidade.

Apoiado em minhas frágeis vértebras,

Desconfio de todos, não acompanho

Os asnos de Buridan.

A minha metamorfose,

O ir além diário eu conquisto

Em meu próprio lar,

Nas janelas e portas que duramente construí.

Persisto na existência,

Enfrento dúvidas íngremes.

Abraço o vento das contingências

Com meus próprios braços.

E como um lobo isolado,

Uivo secas lágrimas e intensas alegrias

Diante da lua composta de incertezas

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 05/11/2023
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