O Começo do Fim

Eu adoro a cavalgada

Porque nasci no sertão

Sou um fã da vaquejada

Que o nordeste é tradição

Mas sou contra a injustiça

Vou defender com justiça

Num verso bem caprichado

Dizer o que eu não aceito

Estão ceifando o direito

A liberdade do gado.

Apesar da estrutura

Parece contraditória

Uma espécie de tortura

Para o herói da história

Que corre na contra mão

Finda virando o vilão

Seu agressor aclamado

Boi apanha e passa fome

O cavalo ganha nome

E o vaqueiro é premiado.

Nesta carreira de artista

Só tem sofrimento e dor

O único protagonista

Que o papel é sem valor

Do cavalo a fama espalha

Vaqueiro ganha medalha

O povo o divertimento

Tem forró e mulherada

Diversão e cachaçada

Mas pro boi só sofrimento.

Não há pátio sem corrida

Nem vaqueiro sem cavalo

Cicatriz sem ter ferida

Nem garrafa sem gargalo

Aspecto sem aparência

Discussão sem divergência

Nem acordo sem ter paz

Pergunto em verso estridente

Qual o órgão competente

Que defende os animais.

Convoco a sociedade

Pra discutir a questão

Mas com racionalidade

Pois envolve a tradição

O assunto é comovente

Porém muito pertinente

Mas sempre esquecido foi

Eu penso dessa maneira

E quem pensar que é besteira

Que vá pro lugar do boi.

Troya DSouza
Enviado por Troya DSouza em 13/10/2023
Reeditado em 13/10/2023
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