crepúsculo

Não diria que teu crepúsculo é uma festa pagã,

Que tua palavra já acendera a pedra e em brasa

Soube colher os frutos cujo gosto era um pensamento

De amor, a tarde febril, os amores abrasivos, e soube

Cantar a vida e plantou uma árvore na cozinha, cuja

Sobra preparávamos o jantar, e tomávamos vinho,

E as taças recebia da luminária de carne o reflexo

De uma vida que se amava, e tua rias, e tu choravas

De tanto rir, e atentos, sabíamos que cruzaste o

Mundo rodando em fio de cabelo, e abria janela,

Aponta pra longe, ali vi as mariposas mais voadoras,

Não compreendíamos, não precisava porque já

Tinha colhido, como o amigo a confidência o

Lago estremo e delicado de seus olhos, teu sol

Nos fazia sombra, tuas estrelas nos acompanhava

Quando andávamos na madruga, e no campo, ao

Amanhecer colhia lírios, fazia-os o perfume que

Desperta quando a esperança se esparrama sobre

Uma terra sempre desejoso, e fomos tão longe e

Tivemos os banquetes, líamos poesias, éramos bêbados

A vida pela garganta e tortos cambaleávamos, o mundo

Era um ramo de um tempero soldado a um enigma, soube cuidar

Das cabras, das ovelhas, das vacas leiteiras, e eu a observava

E a via tão imperecível e era narrada enquanto destilava

A fala de cada um, então tu saltastes, e o rio se afogou de

Ti, tu o bebeste, os goles eram violentos , divertimos, mesmo

já sabendo teu crepúsculo não seria uma festa pagã