a sombra

Não será esta sombra

A te revelar a água mais límpida,

Nem o olhar mais amplo onde

O céu, azul e profundo, se estende para além do alcance,

Tuas pernas não ganharão força sem percorrer distâncias,

Há um véu entrelaçado com fibras, ocultando a verdade,

Onde a pedra destilada é a matéria mais preciosa,

Seja em uma floresta ou em um canto proibido,

O sol da memória não concederá o brilho da espera.

Não muito longe, o terreno desolado se estende,

Despido, de argila cinza e vermelha, um palco fervente,

Que queima o medo como um dragão desafiado na noite,

Flor enérgica e indomável. O medo toma muitas formas,

O ciúme de um jovem não se compara ao de um idoso,

E a rebeldia adolescente é diferente daquele que

Fez justiça com a espada. Amamos as palavras,

Mas a vida transcende qualquer linguagem.

A sombra mais deliciosa é aquela do meio-dia,

Quando a sombra se projeta angularmente sobre tudo,

E, como um enigma, teu ser se torna indistinguível.

Mas a outra sombra, indesejada e inexorável, se distancia,

E teu sol terá se posto, em um crepúsculo inevitável.

Não será esta sombra

A te mostrar a água mais límpida,

Nem a vista mais ampla onde

O céu, azul e profundo, se estende além do alcance,

Tuas pernas não ganharão vigor sem percorrer distâncias,

Há um véu entrelaçado com fibras, escondendo a verdade,

Onde a pedra destilada é a matéria mais valiosa,

Seja numa floresta ou num recanto proibido,

O sol da memória não concederá o brilho da demora.