seus olhos

Seus olhos, quais lagos serenos,

Rios ocultos, trilhas misteriosas,

Fluem como rios subterrâneos em veias secretas,

Veem, mas também decifram além.

Passos em dança, estrada compartilhada,

Construindo juntos um refúgio de cumplicidade,

O olhar não se expressa, apenas murmura,

Linguagem própria, sussurros profundos da alma.

Outra língua se desvenda deles, se espalha,

Nada de cinzas, nada desbotado, um rubro intenso,

Alerta como o grito de uma batalha etérea,

Sem máscaras, autenticidade nua, despojada de artifícios.

Olhos às vezes austeros, mas desprovidos de engano,

Quando seu olhar me busca, janela aberta e sincera,

Revelando a luz do recanto interior,

Não como dardo atirado, mas uma brecha iluminada,

Mostrando a claridade que em nós se aninha.

Seus olhos, serenos como lagos em calmaria,

Traçam trilhas, desbravam caminhos,

Fluem como sangue pelas artérias secretas, os seus,

Vislumbram o visível, mas também penetram o oculto.

Passos sincronizados, jornada compartilhada,

Um constrói para o outro o abrigo da morada íntima,

O olhar não fala, mas se comunica, sem necessidade de palavras,

Língua única, murmúrios profundos da alma.

Outra linguagem, liberta deles, se expande,

Não é cinza, nem pálido, é rubro, intenso, vibrante,

Alerta como o clamor de uma batalha, avanço constante,

Sem disfarces, autenticidade pura, despojados de artifícios.

Olhos por vezes austeros, porém livres de ilusões,

Quando buscam o meu, são janelas abertas e transparentes,

Revelam a luz que habita na câmara interna,

Não lançam dardos, mas oferecem uma fresta iluminada