Caminhe.

Continuei andando, muito além da exaustão.

Passada a dor,

Passada as emoções,

Desvasiando-se na dolorida necessidade

Em fechar ciclos sem vida!

 

Observando.

 

Havia rachaduras nas pedras

do calçamento que me levava a um desejo sem desejo

Silenciados pelos buracos de paralelipípedos de calçada,

irregulares de uma vida morna anexo a um corpo

que um dia desejei.

 

Meus pés.

 

Tracei caminhos inseguros cheio de sombras

cuja forma ainda não conseguia reconhecer.

Uma pena caiu, sob meus cabelos, talvez um sinal ...

Embora achasse que tu quisesse minha presença

E perspectiva de encontros sem falhas.

Vi que a realidade de ti me distanciava

E que nunca estive em teus pensamentos;

 

Insano.

 

Devidamente anotado.

Uma manifestação de esperança momentânea.

Algo minúsculo restou das habilidades denominadas

equilibrado e mal enfrentado.

 

Fui induzida amar-te por uma imagem falsa,

E joguei um jogo repleto de erros e atores frágeis.

Onde teus trejeitos me achavam e tu estavas ali maquiado,

achando que seria eu o palhaço de teu circo...

Pois tu se apresentava tão lucido e nada lúdico,

que o palhaço dessa insana estrada era tão somente tu.

 

 

Por que esse caminho de escolhas problemáticas,

aquele que sigo tão prontamente?

Descobri que tua fonte tomou a forma de asas retalhadas

Ossos espalhados; derramamento de sangue e solidão,

Silencio que corta e tu mina fechado enquanto outros morrem

lentamente amando-te em imagens trêmulas.

 

Uma ilusão de coração curvado.

Uns pés sujos na sarjeta, descansando.

Comparações caóticas de um ser confuso,

Gagueira narcisista que consomes sem digerir

Lactose de teu brio perturbador.

 

Punhos fechado socando gotas de chuvas de vergonha,

Enquanto desperdiças beijos de boca arrebentadas

Pela busca errada de um amor irreal e imaginário

Retiro de repleta confusão e contusões explícitas.

 

Cheio de traumas

Escolhas inanimadas.

A mentira no laminado

apagou o tesão

dessa caminhada

ao teu encontro.

 

Os teus visuais me pareciam vazio.

Oprimido por alguma repressão ou transgressão.

Sempre fodido pela depressão,

Auto-expressão reprimida,

Brincando de amores na vida

de almas que oferecia tesouros

em forma de cumplicidade.

 

És um pássaro capenga

Levando laços frouxos,

amarrando ligações inseguras

com almas doentes de solidão encarnada.

A beleza das penas também irreais,

como essa serotonina falsa.

 

Criando produtos químicos coagulados

presente em um cérebro iludido.

Afogado em escombros

em um estado de espírito que nunca se move.

estático!

 

Preso no labirinto frio

Orando pelo contrario da morte,

abrigando em si aterramento de emoções

correndo de compromisso agregador,

preferindo historias tortas,

acidentes indecentes de sexo frágil,

comendo amores estragos.

 

Nada para estabilizar

Nenhum lugar para correr.

A caminhada dos despedaçados,

Mantenedor do escuro que se esconde,

da luz de quem o queira ver!

 

Então caminhe, desgraçado, caminhe.

 

Continue.

Continue tentando.

Caminhe até sentir algo,

Caminhe até chorar.

Caminhe até a manhã chegar,

Caminhe até o normal.

Caminhe para que os pensamentos se tornem controlados e dóceis.

Caminhe até que algo o lembre de algum amor puro.

Siga em frente, essas etapas significam uma anistia.

Caminhe para conexões,

Caminhe pela sobrevivência sadia,

 

Caminhe para qualquer coisa,

que te faça entender melhor o que seja o amor!

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 25/07/2023
Reeditado em 25/07/2023
Código do texto: T7845377
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