O poeta e a iara

iarazinha do rio Poty...

sem graça

até olheiras tem.

e fala tão baixo:

olha e me quer bem.

seus olhos e ouvidos têm fome.

embalo-a nos braços,

ensino-lhe cartografias

e conto causos que nunca vivi apenas para entretê-la.

até que um dia ela voltou para seu elemento!

iarazinha,

meus olhos e ouvidos é que sentem fome agora...

(homenagem à poesia O poeta e a sereia, de Quintana)